Estima-se que o Brasil tenha , nada menos do que 54 milhões de pobres , ou 34% dos habitantes do País. Desse total , cerca de 24 milhões vivem abaixo da linha de indigência . Isso quer dizer que consomem menos alimentos do que a Organização Mundial da Saúde considera a quantidade mínima para um ser humano .
A educação em nosso País foi simplesmente ignorada ao longo de muitas décadas. O resultado dessa falta de atenção é o número alto de analfabetos , a baixa escolaridade do brasileiro em comparação com países tão ou mais pobres e os altos índices de repetência e evasão escolar.
A saúde é fundamental e imprescindível à produtividade do ser humano. O que dizer então do atendimento e da aparelhagem da maioria dos hospitais brasileiros bem como da precária e às vezes inexistente assistência prestada pela Previdência Social?
O governo não tem sido capaz de dar conta de todas as demandas sociais existentes e não há dúvida de que os bons projetos sociais implementados por várias empresas , estão sendo decisivos na luta contra a miséria e a favor da conquista da dignidade pela população mais carente.
Durante muito tempo o trabalho social desenvolvido pela iniciativa privada , foi visto com alguma desconfiança porque a filantropia não tinha grande tradição na cultura brasileira , ou pelo menos não era tão visível como agora. Felizmente isto está mudando e o 3º setor é visto como uma tendência , seja ajudando o próximo por meio do incentivo à educação ou em projetos culturais e de assistência social e à saúde . Veio para ficar e produzir bons resultados para toda a sociedade.
Segundo uma pesquisa recente da Universidade Johns Hopkins (E.U.A.) e do Instituto Superior de Estudos da Religião , no Brasil este movimento que se denominou “ responsabilidade social “ , movimenta cerca de 12 bilhões de reais por ano ! Nesse montante , estão incluídos os investimentos em fundações ligadas às grandes empresas , igrejas e também as doações pessoais.
É verdade que o governo vem tentado corrigir , pela luta contra a inflação , pela moralização das entidades governamentais , pelo controle de gastos públicos , etc.; distorções perturbadoras da economia e da atividade social , mas esse compromisso ainda é pequeno , pois cerca de 9 milhões de brasileiros recebem atendimento social direto , sem que haja o desembolso de um centavo público sequer.
Coube então ao empresário ser um participante ativo nesse processo de crescimento do Brasil, visto que o governo ainda não proporciona condições para gerar desenvolvimento econômico e social à todos indistintamente.
Alexandre Rabello. Contador/Adm.Empresas.