Entretanto com desenvolvimento dos meios de comunicação e da tecnologia da informação, acrescida do uso cada vez mais disseminado dos cartões de crédito, ter medo da quebra de sigilo nos parece algo meio fantasioso.
O simples fato de o cidadão utilizar-se de cartão de crédito já é suficiente para que se conheça a sua vida em vários aspectos. Se frequenta shopping center , quantas vezes vai ao restaurante por mês , quais as suas lojas preferidas , se viaja , como e para onde , qual o hotel que se hospedou , o que compra nos supermercados , enfim , tudo , praticamente tudo , se pode saber a seu respeito , bastando que os dados sobre sua vida sejam rastreados através dos pagamentos que efetivou com cartões de crédito.
Por outro lado , a Receita Federal sempre teve livre acesso à contabilidade das empresas e isto , para os que militam na área contábil , seria suficiente para se conhecer de onde vieram os recursos que porventura não tenham origem , bastando que seja realizada uma fiscalização de profundidade por auditores comprometidos com a função que exercem.
A realidade, todavia, é que a Receita Federal tem condições de fiscalizar apenas um pequeno número de contribuintes, em virtude do crescimento da quantidade de empresas e da redução do efetivo de auditores fiscais. Daí a preocupação de criar mecanismos de fiscalização à distância procurando tratar, através da informática, as milhões de informações que lhe são transmitidas.
Certamente a simples permissão de quebra do sigilo bancário não é o remédio que irá resolver de uma vez por todas a doença da sonegação e da corrupção e enquanto o Governo não promover uma reforma tributária justa , equilibrada , proporcionando condições para reduzir a evasão fiscal e gerar desenvolvimento econômico e social , devemos utilizar de todos os recursos possíveis para desempenharmos esta responsabilidade com eficiência , competência e na legalidade.
Alexandre Rabello.Contador/Administrador de empresas.